No dia 23 de janeiro de 2020, o World Cooperative Monitor divulgou o relatório Exploring the Cooperative Economy (Explorando a economia cooperativa, em português). Assim, a entidade coletou dados de 4.575 cooperativas em todo o planeta, sendo 3.218 das Américas, 1.152 europeias, 197 da Ásia e do Pacífico e oito africanas.
Dessa forma, o relatório registrou que, juntas, estas cooperativas tiveram um volume de movimentações financeiras de US$ 2,034 trilhões em 2017. A finalidade é mensurar os impactos econômicos e sociais das maiores cooperativas do mundo e sua contribuição para as metas das Nações Unidas de Desenvolvimentos Sustentável (SDGs, na sigal em inglês). Ou seja, a SDG 8, que trata da criação de oportunidades de trabalho dignas e crescimento econômico.
Assim, a distribuição das 300 cooperativas entre os setores de atuação se dá da seguinte maneira:
- Seguros: 39% (117);
- Cooperativas agro: 31,7% (95);
- Consumo (atacado e varejo): 17,7% (53);
- Bancos e serviços financeiros: 7% (21);
- Serviços: 1,7% (5);
- Indústria: 1% (3);
- Saúde, educação e assistência social: 1% (3)
- Pesca: 0,7% (2);
- Habitação: 0,3% (1).
Além disso, a oitava edição do documento trouxe dois rankings com as maiores cooperativas do planeta em volume de negócios. Em um deles, de volume de negócios absoluto, há cinco cooperativas brasileiras. Da mesma forma, no outro, das 300 maiores em volume de negócios per capita, há seis.
Maiores cooperativas em volume de negócio segundo o World Cooperative Monitor
Confira as dez maiores cooperativas do mundo em volume de negócios absoluto:
Pos. Cooperativa País Segmento econômico Volume de negócios (em US$ bilhões) Número de empregados 1 Groupe Crédit Agricole França Crédito 96,25 139.000 2 Groupe BPCE França Crédito 59,03 106.463 3 REWE Group Alemanha Consumo 55,85 345.434 4 BVR Alemanha Crédito 55,29 177.248 5 Zenkyoren Japão Seguros 51,69 6.282 6 Nippon Life Japão Seguros 48,36 86.394 7 State Farm EUA Seguros 42,42 65.664 8 ACDLEC – E. Leclerc França Consumo 42,01 – 9 Zen-Noh Japão Agro 41,37 7.446 10 Nonghyup (NACF) Coreia Agro 38,82 100.594
Confira a distribuição geográfica das 300 maiores cooperativas do mundo em volume de negócios de acordo com o World Cooperative Monitor:
Maiores cooperativas em volume de negócios brasileiras
Dentre as brasileiras, as cinco cooperativas que aparecem neste ranking são:
Pos. 2017 Pos. 2016 Cooperativa Segmento econômico Volume de negócios (em US$ bilhões) 52 60 Copersucar Agro 8,86 115 120 Sicredi Crédito 4,03 131 127 Coamo Agro 3,29 183 187 C. Vale Agro 2,16 231 239 Central Nacional Unimed* Saúde 1,55
* A Confederação Nacional das Cooperativas Médicas Unimed do Brasil – Central Nacional Unimed aparece, ainda, como a terceira colocada quando o recorte é pelo setor de Educação, Saúde e Assistência Social.
Maiores cooperativas em volume de negócio per capita
Confira as dez maiores cooperativas do mundo em volume de negócios per capita. Ou seja, em função da quantidade de funcionários.
Pos. Cooperativa País Segmento econômico Volume de negócios per capita (em US$ bilhões) Número de empregados 1 Groupe Crédit Agricole França Crédito 2.488.506,09 139.000 2 Gujarat Cooperative Milk Marketing Federation Limited Índia Agro 2.266.597,01 – 3 IFFCO (Indian Farmers Fertiliser Cooperative Limited) Índia Agro 1.823.659,36 5.012 4 Groupe BPCE França Crédito 1526.215,18 106.463 5 Zenkyoren Japão Seguros 1.348.530,03 6.282 6 Nonghyup (NACF) Coreia Agro 1.305.160,83 100.594 7 Nippon Life Japão Seguros 1.261.680,79 86.394 8 REWE Group Alemanha Consumo 1.249.940,90 345.434 9 BVR Alemanha Crédito 1.237.389,47 177.248 10 ACDLEC – E. Leclerc França Consumo 1.086.188,90 –
Confira a distribuição geográfica das 300 maiores cooperativas do mundo em volume de negócios per capita de acordo com o World Cooperative Monitor:
Maiores cooperativas em volume de negócios per capita do Brasil
Então, dentre as brasileiras, as seis cooperativas que aparecem neste ranking são:
Contribuição das cooperativas aos objetivos da ONU
O relatório do World Cooperative Monitor vai além do ranking com as 300 maiores cooperativas do mundo em volume de negócios absoluto e em volume de negócios per capita. Assim, o documento analisa as contribuições das cooperativas ao crescimento econômico e à geração de empregos dignos.
Para tanto, salienta a importância de entender as implicâncias relacionadas ao modelo de negócio cooperativista. Afinal, representam o comprometimento com a mudança de paradigma sócio-econômico em comparação a empresas orientadas ao lucro.
Assim, é possível ver que as cooperativas são realmente diferentes dos novos entrantes, diz o relatório. Ou seja, “uma empresa que almeja a maximização de lucros não pode ser igual a uma cooperativa em que a relação entre propriedade, território e metas sociais é fundamental e inseparável”.
Além disso, o relatório questiona: “As missões sociais e ambientais das empresas orientadas ao lucro são capazes de oferecer as mesmas garantias de empresas fundadas nos princípios do lucro compartilhado?”.
O documento apresenta, ainda, três estudos de casos de cooperativas dentre as 300 maiores que implementaram boas práticas para atingir o SDG 8. Tais cooperativas não se limitaram apenas às suas atividades, mas influenciaram toda a cadeia produtiva.
Isso porque a intenção destes estudos de caso é mostrar que é possível às cooperativas se tornarem líderes setoriais – mesmo concorrendo com empresas tradicionais – sem deixar de lado os princípios cooperativistas.
Assim, os cases apresentados são:
- Up Group: construindo uma fundação social para todos os colaboradores
- SOK: consertando a cadeia de suprimentos um tomate por vez
- KRIBHCO: apoiando fazendeiros e cooperativas na Índia Rural
Conclusões sobre o World Cooperative Monitor
Ao longo deste texto vimos que as cooperativas têm potencial de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa. Ou seja, com geração de empregos dignos e com respeito ao meio ambiente.
Além disso, vimos que há seis cooperativas brasileiras dentre as maiores do mundo em volume de negócios. Assim, nós gostaríamos de saber o que você achou desse post. Da mesma forma, também gostaria de te pedir para compartilhar este conteúdo com sua rede de contatos. Então, vamos espalhar os benefícios do cooperativismo para torná-lo cada vez mais forte.
Dessa forma, cada vez mais precisamos nos empenhar para atrair e engajar jovens no cooperativismo e investir em programas de inovação no cooperativismo. Ou seja, temos que disseminar as possibilidades trazidas pelas plataformas cooperativas em contraponto à gig economy.
Então até a próxima!