Como atrair e engajar jovens no cooperativismo

Inovação, agilidade, globalização, tecnologia… Essas são algumas das palavras que definem o jovem millennial, da famosa geração Y, que pode contribuir muito para as cooperativas. Mas como atrair os mais jovens para o cooperativismo? Quais os principais caminhos para trabalhar com essa geração?

Essas perguntas têm sido comuns no setor. Muitas cooperativas têm dificuldades em dialogar e até atrair o público jovem. E esse diálogo é possível e necessário pensando na perenidade do cooperativismo.

Por isso, resumimos três caminhos possíveis para aproximar e engajar os jovens no cooperativismo. Confira!

Lembre-se do 5° Princípio do Cooperativismo

Ainda no ensino médio, muitos jovens se veem perdidos em relação ao futuro profissional e alguns certamente desconhecem como funciona o cooperativismo.

São esses mesmos jovens que cada vez mais pesquisam a reputação e o compromisso das empresas com a sociedade.

É aí que as cooperativas podem mostrar seus valores e colocar em prática o 5º princípio do cooperativismo, que engloba educação, formação e informação.

Ensinar sobre o mundo cooperativo durante o processo de formação escolar vai ajudar os futuros adultos a verem as possibilidades de crescimento das suas próprias ideias e desejos, podendo apostar também em empresas que eles realmente acreditam.

Jovens que crescem engajados no cooperativismo acabam engajando seus colegas. Algumas cooperativas sabem desses benefícios e abrem suas portas aos jovens em período de formação.

Um exemplo é o Programa Aprendiz Cooperativo do Sescoop/RS, que contrata estudantes entre 14 e 24 anos para atuar em mais de 100 cooperativas gaúchas.

O objetivo, além de ensinar uma profissão, é fazer com que o jovem entre contato com a cultura cooperativista, que é pautada em valores como igualdade, solidariedade, honestidade e transparência.

Outro exemplo que fortalece a importância do 5º princípio do cooperativismo é o Road Show Conexão Sicoob. Em 2018, o projeto passou por diversas cidades brasileiras, visitando diferentes universidades e realizando atividades como talks e reflexões com jovens lideranças.

O programa também realiza treinamentos de autoconhecimento e liderança, incluindo conceitos de capitalismo consciente e cooperativismo financeiro. Além disso, também ocorre um Desafio de Inovação para gerar soluções criativas aos problemas da comunidade.

Jovens no cooperativismo: fale a linguagem deles

Como em qualquer negócio, você precisa entender o seu público e qual a linguagem dele. E nada melhor do que jovens conversarem entre eles para perceberem que, juntos, podem fazer muito para sua cidade.

A ideia sugerida aqui é trazer os jovens para a participação da construção de programas para eles mesmos. Promover encontro com novos e futuros cooperados é uma alternativa que traz resultados.

Esses eventos geralmente são desenvolvidos por cooperativas escolares e contam com jovens compartilhando suas experiências com seus semelhantes, os quais passam se interessar e se sentem desafiados. Nada mais instigante para um jovem do que um bom desafio!

Um case de sucesso é a websérie no Youtube “Fala Ae, Geração”, desenvolvida pelo canal Geração Cooperação. Os vídeos falam sobre as diversas possibilidades de como o cooperativismo faz parte do dia a dia de todos nós.

Sustentabilidade, mercado de trabalho e empreendedorismo digital são alguns dos assuntos tratados com leveza e descontração por jovens profissionais.

Conecte-se com o mundo jovem

Complementando o tópico anterior, a gente chega a uma das principais ações que aproxima o jovem a qualquer novidade: a internet.

A juventude está 100% inserida em um mundo globalizado e é o principal usuário da internet, principalmente das redes sociais.

Segundo uma pesquisa de 2019 do Pew Research Center, no Brasil, pessoas entre 18 e 34 anos lideram o uso de smartphones. A taxa de penetração é de 85%. Já em pessoas acima dos 50 anos, essa taxa cai para 32%.  

Então, nada mais certeiro que se comunicar com eles através da internet, não é mesmo? Isso pode acontecer de diferentes formas, seja por meio de influencers digitais na redes sociais, propagandas, vídeos sobre o tema (assim como faz a Geração Cooperação) ou até jogos.

Por falar em jogo, existe um cujo propósito pode ajudar nessa aproximação (jovem e cooperativismo). O jogo Oásis convida uma comunidade a projetar e construir de forma cooperativa um projeto desafiador escolhido pelos moradores para satisfazer suas necessidades, como uma praça, um parque etc. O jogo vai evoluindo, sem dinheiro, sistematizando o modelo de ativismo (social e cooperativo).

Os bancos digitais também são uma alternativa que os jovens têm buscado, principalmente pela experiência. Entre eles, destaque para o aplicativo Woop Sicredi.

Conclusão: o jovem é essencial para o seu negócio!

Para concluir, vamos mostrar a importância de o jovem se sentir útil e importante dentro das cooperativas. Alguns setores já estão apostando nos talentos dos jovens que têm trazido bons frutos às empresas envolvidas.

Um desses exemplos é o COOPA Jovem, formado por filhos e familiares de associados. Os jovens apresentam ideias e sugestões para as cooperativas, buscando o crescimento e o desenvolvimento do grupo.

A COOPA criou um ambiente de reflexão e criatividade, o que resultou em condições para a formação de novas lideranças cooperativistas e futuros associados.

A perenidade do cooperativismo passa pela penetração do setor também entre os mais jovens. Se esse público é a fatia menor da sua base de clientes e até de colaboradores, talvez você não esteja se comunicando devidamente com eles.

Além disso, ter jovens no cooperativismo ajuda a desenvolver a diversidade nas cooperativas, o que é essencial para as iniciativas de inovação. Veja agora 6 passos para promover a diversidade e inclusão nas cooperativas.

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Romário Ferreira
Romário Ferreira
Jornalista e especialista em marketing de conteúdo e eventos corporativos (B2B). Descobriu sua paixão pelo modelo cooperativista criando conteúdo e eventos, ao longo de mais de 4 anos, para a indústria financeira, quando teve contato direto com várias cooperativas de crédito de todo o Brasil. É cofundador da Coonecta.