Por que precisamos de um ecossistema de inovação cooperativista

Em meio a uma economia digital em incessante transformação, a inovação constante é mais fundamental do que nunca. Os tempos são de mudanças: tecnologias, costumes, hábitos, gerações, padrões de comportamento, visões de mundo… Essa lista poderia seguir adiante com mais inúmeros itens que estão em processo de metamorfose.

Nesse contexto, o cooperativismo segue firme, com seu modelo de negócio calcado na gestão democrática, solidariedade e desenvolvimento regional. Em um momento em que a descentralização é a palavra da moda, as cooperativas já carregam essa característica na essência. 

Mas, como não poderia deixar de ser, o cooperativismo também precisa seguir inovando. Já que são importantes atores do ambiente econômico, as cooperativas devem apresentar novas ideias, produtos, serviços e práticas de gestão. Atualmente, esse é o caminho inevitável rumo à perenização. 

Diante disso, a questão mais premente é: como inovar com constância, mantendo o cooperativismo moderno e integrado às tendências voláteis e tecnologias que não param de surgir? 

A resposta é: por meio de um ecossistema de inovação cooperativista!

O que é um ecossistema de inovação cooperativista?

Ecossistemas são caracterizados pela conexão de diversos elementos, de forma em que a interação entre eles fortaleça os participantes em prol de um determinado objetivo. Importando da biologia, esse conceito auxilia a entender ambientes e fenômenos econômicos e sociais. Esse é o caso de um ecossistema de inovação.

Contudo, acreditamos que a inovação nas cooperativas funciona de um jeito diferente do que nas empresas mercantis. Por esse motivo, o ecossistema de inovação cooperativista não é o mesmo do ecossistema de inovação corporativo tradicional.

Certas organizações podem fazer parte de ambos? Com certeza. Mas as peculiaridades do cooperativismo fazem com que um ecossistema de inovação cooperativista próprio seja indispensável.

6 motivos para um ecossistema de inovação cooperativista

  1. O cooperativismo tem a inovação no DNA: o cooperativismo é inovador em seu âmago. A sua criação representou, por si só, uma grande inovação em relação ao modelo de negócios que pratica. Diante disso, o cooperativismo traz características intrínsecas que são tidas como inovações preponderantes da economia digital. Além disso, há outros fenômenos de inovação que foram antecipados pelo cooperativismo, como o efeito de rede. Assim, um ecossistema de inovação cooperativista pereniza a tradição disruptiva das cooperativas.
  2. O ecossistema deixa a inovação mais consistente: para ser consistente e contínua, a inovação demanda a existência de uma rede de suporte. De outro modo, somente iniciativas pontuais perseveram. A ideia do ecossistema de inovação e empreendedorismo cooperativista é consolidar o ato de inovar como prática recorrente das cooperativas.
  3. A inovação no cooperativismo tem propósito: no cooperativismo, as inovações não dizem respeito apenas aos resultados e aplicações no mundo dos negócios e ao desempenho comercial. O empreendedorismo cooperativo carrega uma gama de valores e propósitos. Por isso, o impacto do ecossistema de inovação e empreendedorismo do cooperativismo não vai impactar apenas o setor, mas também a sociedade como um todo.
  4. A inovação torna o cooperativismo um modelo de negócios ainda mais competitivo: ainda que carregado de princípios e propósitos, o cooperativismo também precisa ser competitivo no mundo dos negócios. Dessa maneira, a inovação ajuda a atribuir eficiência aos negócios, afetando positivamente a competitividade. 
  5. Precisamos tornar a economia digital mais solidária: com os avanços tecnológicos sem precedentes, a economia se digitalizou. As Big Techs estão cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas e mudaram a lógica do trabalho. Nesse cenário, o empreendedorismo cooperativo e cooperativismo de plataforma surgem como resposta a essa nova realidade, deixando a economia mais solidária e socialmente responsável.
  6. O cooperativismo pode – e deve – modernizar seu modelo de negócios: um dos grandes desafios do cooperativismo é conciliar seus princípios e valores inegociáveis com a modernização de seu modelo de negócios. Assim, as cooperativas devem absorver características das startups para que também sejam disruptivas, ágeis e dinâmicas. 

Clique aqui e conheça a fundo cada um desses itens neste artigo do RadarCoop!

RadarCoop

O RadarCoop é o primeiro mapeamento do ecossistema brasileiro de inovação e empreendedorismo no cooperativismo. Fruto da cooperação, o RadarCoop é uma realização da Coonecta com o Complexo.lab. A iniciativa conta, também, com Sicredi Pioneira e Sicoob Credicitrus como mantenedores.

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Gustavo Mendes
Gustavo Mendes
Cofundador da Coonecta, especialista em curadoria de conteúdo para educação corporativa e marketing de conteúdo, palestrante e mentor em: inovação, cooperativismo de plataforma, cooptechs e empreendedorismo cooperativo