Cooperar e experimentar: como isso muda o jogo para qualquer cooperativa que pretende inovar

Cooperar e experimentar são valores fundamentais no Design Thinking e em qualquer processo de inovação.

Como sabemos, a cooperação já é a base do cooperativismo, mas, por outro lado, experimentar e se arriscar são práticas mais distantes do setor.

Colaborar significa trabalhar com uma ou mais pessoas. Essa ação conjunta se mostra de extrema relevância para o Design Thinking, porque ela abre caminhos para que as equipes trabalhem em conjunto com as pessoas para as quais a solução está sendo projetada.

Na prática, colaborar no Design Thinking significa ter equipes multidisciplinares e mais horizontais. É preciso também valorizar e acolher diferentes perspectivas, pois a partir delas que chegaremos a uma solução criativa, inovadora.

Outro ponto que merece ser destacado é que todos devem ter espaço de fala para valorizar a diversidade e as diferentes opiniões. Colaborar também é estruturar e incentivar a cocriação, sobretudo com o cooperado, pois nada mais justo que o cliente participe dessa construção.

Já a experimentação é a ideia de que os erros são valiosos para os aprendizados.

Eis o lema da experimentação: errar rápido para acertar mais rápido ainda. Na prática não é tão simples, pois ainda temos a tendência de olhar os erros de forma punitiva, como algo negativo.

No dia a dia do Design Thinking, a experimentação funciona da seguinte maneira: colocar em prática suas ideias rapidamente, sem esperar o momento ideal para lançar uma solução.

É preciso aprender com os erros e saber que as melhorias e mudanças de rotas vão acontecer ao longo do caminho e ficaremos confortáveis com isso.

É fato: sem colaboração e experimentação, um processo de Design Thinking não acontece. Esses valores definem esse modo de pensar e precisam acontecer para que soluções inovadoras e focadas nas necessidades do cooperado ocorram.

Prototipação: experimentando ideias!

Um dos processos do Design Thinking é a prototipação, quando você tira uma ideia do papel. 

Este passo está muito ligado ao valor experimentação, porque neste momento é preciso experimentar formas de fazer com que a ideia comece a acontecer na prática e, mais importante, possa ser testada.

Muitas pessoas acham que um protótipo é para validar uma ideia e errar o mínimo possível. Mas, na verdade, a prototipação é um momento de divergência, pois o grupo aprende muito com os protótipos.

É uma fase de ter ideias e saber o que deve ser melhorado ou corrigido. Use sua criatividade para tirar seus pensamentos do papel. É preciso ousar e arriscar, pois dessa forma este processo será muito melhor.

O protótipo mostra o conceito da ideia, muitas vezes é feito por meio de storytelling ou storyboard e pode ter dois caminhos: baixa e alta fidelidade.

O protótipo de alta fidelidade exige mais tempo, recursos e ferramentas, é o que mais se aproximada do resultado final.

Se for, por exemplo, uma solução digital, já pode se ter algumas telas, botões ou artes definidas.

Baixa fidelidade ajuda a começar a mentalizar e entender como pode ser esse funcionamento, tendo alguns aprendizados a partir disso.

Protótipo pronto, hora de testá-lo!

Este caminho é feito com mais agilidade e de uma forma “amadora” com o que se tem na mão, através de papeis, anotações ou recortes que já vão dar ideias do que pode ser apresentado.

No Design Thinking, o teste é importante para que a cooperativa aprenda com possíveis erros.

Imagine o lançamento de um aplicativo para os cooperados. É melhor errar no protótipo do que elaborar toda a solução, gastar tempo e dinheiro e, lá na frente, perceber erros que poderiam ter sido mitigados antes.

Um ponto importante é: não desanime caso o protótipo esteja longe do ideal. Ele serve justamente para apontar os erros. Se isso acontecer, você está no caminho certo.

O teste deve ser feito com um usuário real da solução. Uma dica é usar algum entrevistado da fase de pesquisa do Design Thinking.

E testar significa fazer a pessoa usar o protótipo, caso seja possível, ou mostrar o conceito, dando espaço para feedback, que devem ser anotados para a fase de melhoramentos, chamada no Design Thinking de Iteração.

Iteração é um termo utilizado na área de TI. Na prática, ela quer dizer que os protótipos podem e devem ser aprimorados constantemente a partir do feedback dado por quem vai usá-los. Trata-se de um processo contínuo.

Design Thinking no Cooperativismo

O Design Thinking é uma abordagem poderosa para tornar o foco no ser humano o componente essencial da inovação.

É uma abordagem, aliás, que traz exatamente as mesmas características do cooperativismo: cooperação, empatia, colaboração e experimentação.

Portanto, é possível afirmar que Design Thinking e Cooperativismo têm total relação: ambos colocam o ser humano em primeiro plano.

spot_img
spot_img

Relacionados

Para ampliar conexões, RadarCoop lança comunidade online; acesse

O RadarCoop é o primeiro mapeamento do ecossistema brasileiro...

Cooperativas de reciclagem apostam na inovação para crescer

Práticas sustentáveis não são mais diferenciais: agora, a preocupação...
Lucas Toyama
Lucas Toyama
Consultor especializado em Design Thinking, desenvolve treinamentos na área para grandes empresas. Como consultor de inovação, tem liderado projetos para consultorias de Design (Livework, Tellus, Kyvo, Echos) e empresas como Visa, Claro, Net, Seara e Globosat.