A necessidade de se manter competitivo num mercado em franca transformação vem impulsionando as cooperativas a adotarem uma cultura de inovação, prova disso é a Sicredi Pioneira.
A tarefa não é nada simples, ainda mais quando a cooperativa tem 116 anos de vida, como é o caso da Sicredi Pioneira.
A tradicional cooperativa do Rio Grande do Sul – a mais antiga do país no setor financeiro – tomou coragem inspirada na ideia de que: mais forte é aquele que melhor se adapta às mudanças.
Nesse post, vamos detalhar as principais ações da cooperativa gaúcha nos últimos dois anos e os resultados conquistados até aqui. Ficou curioso? Siga conosco!
Sicredi Pioneira: Inovação aberta em prática
Em 2016, a Sicredi Pioneira, ciente da necessidade de inovar para se manter sólida no mercado, decidiu olhar com mais atenção para o ecossistema de inovação.
O foco se voltou, principalmente, para o trabalho realizado pelas fintechs e pelas bigtechs, no Brasil e no mundo. Mas até 2016, a Sicredi Pioneira apenas olhava mesmo, de longe.
Só em abril de 2017 a cooperativa deu um passo importante ao estruturar uma Gerência de Estratégia e Inovação. Num primeiro momento, esse setor se dedicou a avaliar a forma como os projetos eram executados internamente.
O Gerente de Estratégia e Inovação da Sicredi Pioneira, Jonas Rauch, conta que:
“Ao longo desse processo, percebemos que os projetos nem sempre entregavam os resultados esperados e que tinham um ciclo de desenvolvimento muito longo. Começamos a intervir, buscando metodologias ágeis, equipes multifuncionais e novas tecnologias, inclusive nos conectando com startups.”
Logo os resultados começaram a aparecer. O primeiro deles foi uma plataforma de financiamento de veículos, lançada em outubro de 2017 e gestada em apenas 50 dias.
A Sicredi Pioneira também criou um app game para comunicar o novo planejamento estratégico aos seus mais de 500 colaboradores. Baseado em gamification e storytelling, o game teve 96% de adesão do público-alvo.
Em 2018, foi a vez de o programa de fidelidade APP Juntos ser criado com a adesão de mais de 13 mil cooperados.
Inovação sistematizada na Sicredi Pioneira
Em março de 2018, a Sicredi Pioneira fez a sua ação mais disruptiva ao levar um braço da cooperativa para o Tecnosinos, Parque Tecnológico de São Leopoldo (RS).
Ali nascia o programa Darwin, que tinha, entre outros objetivos, levar a cooperativa para um modelo de inovação mais aberto.
Segundo Jonas Rauch, a ideia era poder olhar externamente e descobrir formas novas de interação com o ecossistema. Outra meta importante era criar um processo de inovação consistente, sistematizado e perene dentro da cooperativa como um todo.
Para sistematizar os processos de inovação, a Sicredi Pioneira contou com a consultoria do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), ligado à FIEGRS (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul).
Um dos diagnósticos realizados pelo IEL foi de que a cooperativa tem grande capacidade de ser altamente inovadora. Isso significa que a empresa não tem apenas vontade de inovar, mas sim as competências e estrutura para permitir que esses movimentos de inovação aconteçam.
O planejamento da cooperativa prevê que, até 2021, a sistematização da inovação esteja totalmente consolidada, especialmente as inovações exploratórias e incrementais.
Equipe multidisciplinar
A etapa seguinte foi criar um time de colaboradores para dar capilaridade e acelerar as iniciativas de inovação dentro da cooperativa.
Depois de uma convocação destinada a todos os profissionais que atuam na cooperativa, a Sicredi Pioneira recebeu 49 vídeos de profissionais interessados em participar desse movimento.
Um processo de triagem culminou na escolha de dez pessoas que atuam em diferentes áreas, conforme explica Rauch:
“focamos na diversidade, porque acreditamos que pessoas diferentes constroem soluções através do choque de ideias”
Outro critério levado em conta na formatação do time de inovação foi a disponibilidade das pessoas de arriscar, de se expor ao erro e de experimentar o novo. A preparação da equipe percorreu quatro fases:
- Identificação das principais tendências;
- Mapeamento das práticas de Gestão da Inovação;
- Capacitação em Gestão da Inovação;
- Melhorias nas práticas de Gestão da Inovação.
“Esse time participa de reuniões periódicas, vai a cursos, palestras, compartilha material e promove debates. São pessoas de perfis mais protagonista e menos passivo”, explica o Gerente de Estratégia e Inovação.
No momento, o Darwin vem se dedicando ao estudo de tendências que podem impactar o futuro dos negócios da cooperativa. Entre os temas em análise estão o Blockchain, a computação cognitiva, a segurança de dados, a era pós-aplicativos, entre outros.
Resultados colhidos
Na cooperativa gaúcha, o movimento de inovação tem um propósito claro: acelerar o planejamento estratégico da cooperativa. Isso pode se dar, por exemplo, no apoio à ampliação da base de associados e no auxílio à estruturação do backoffice.
Segundo Rauch, não está entre as expectativas do programa de inovação construir novos modelos de negócio ou soluções disruptivas. Isso pode até vir a acontecer, mas o alvo está em criar conexões com o cooperado, com startups e acessar novas tecnologias.
Ainda em andamento, o Darwin já colheu alguns resultados significativos.
Uma das conquistas mais importantes foi a inserção do programa no organograma oficial da cooperativa, ganhando a mesma relevância dos demais departamentos.
A conexão da cooperativa financeira com o ecossistema também foi fortalecida.
Os movimentos fizeram com que a cooperativa se conectasse com fintechs, agritechs e outras cooperativas do Sicredi, além de consultorias e associações, ora na condição de ajudar, ora com a possibilidade de ser ajudado.
Indicadores internos mostraram que as iniciativas foram bem avaliadas pelo público interno.
Pesquisa de gestão de clima detectou que, para 80% dos colaboradores, a Sicredi Pioneira é uma empresa que acompanha as inovações do mercado para melhorar a eficácia do trabalho.
Metodologias de inovação
Para uma instituição financeira com 116 anos de atuação, lançar-se a um movimento de inovação não é tarefa simples ou corriqueira.
“É preciso substituir formas antigas de ação, maximizar o presente, e ao mesmo tempo, construir o futuro do negócio”, diz Rauch.
Segundo o Gerente de Inovação, uma série de metodologias ágeis auxiliaram nesse processo.
Destaque para o Design Thinking, que permitiu à cooperativa se conectar com seus usuários e construir uma solução em conjunto.
“Com o Design Thinking, podemos estudar profundamente os problemas, em vez da solução. Para isso, usamos ferramentas como o duplo diamante, a lógica dos usuários extremos e a construção de personas”, exemplifica Rauch.
O Design Thinking tem se mostrado uma ferramenta importante para diversos setores, e no cooperativismo não é diferente. Há diversos exemplos cooperativas que utilizam, como a Unicred.
Conclusão
Instituição financeira privada mais antiga do país, a Sicredi Pioneira é uma das 116 cooperativas que compõem o Sistema Sicredi no Brasil. Com sede em Nova Petrópolis, a cooperativa é a quinta maior do Brasil e administra R$ 2,2 bilhões de ativos.
Com os mesmos produtos e serviços oferecidos pelas principais instituições financeiras, a cooperativa centenária atua em 21 cidades no Rio Grande do Sul, com 40 agências e quase 140 mil associados.
Nesse post você teve a oportunidade de conhecer um pouco do movimento de inovação realizado pela Sicredi Pioneira.
Se quiser saber mais sobre o case e entender o passo a passo, do despertar para o tema à sistematização da inovação, assista ao webinar que gravamos com Jonas Rauch, da Sicredi Pioneira. Confira abaixo!