Exportação no cooperativismo: tudo o que você precisa saber

Para você, os limites das fronteiras brasileiras são um desafio ou uma oportunidade? É verdade que apenas o som do termo “exportação” pode causar um frio na barriga de muitos empreendedores, mas hoje vamos provar que existe uma solução para esse dilema: a exportação no cooperativismo.

A exportação no cooperativismo é capaz de trazer resultados promissores para esse modelo de negócios. Neste artigo, iremos conhecer marcas que adotaram esse sistema e que já focam nas negociações internacionais. Vamos juntos, assim como muitos produtos ou serviços brasileiros, fazer uma viagem acerca das possibilidades dessa alternativa.

Como didática, traremos cases como o da Cocamar, que está usando o cooperativismo justamente como diferencial para atingir clientes de enorme potencial como a Europa e a China, que viram na cooperativa uma solução para uma altíssima demanda de produtos e, ainda assim, com possibilidade de negociar valores estratégicos para ambos os lados.

Exportação no cooperativismo: como fazer negócios no mercado externo

A abertura de um canal de compra e venda com empresas internacionais não acontece de um dia para o outro. Mas com as ferramentas e as estratégias certas, isso pode se tornar muito mais fácil e eficiente desde as primeiras transações. Portanto, confira a seguir passos para ter sucesso nessa jornada:

Encontrando os possíveis parceiros

A globalização ampliou os mercados e, com isso, é possível encontrar clientes e parceiros ao redor do mundo. No entanto, abordá-los é um novo desafio, pois o contato deve ser feito de forma bem diferente do que os contatos iniciais nacionais. É necessário pensar em caminhos para evitar ruídos, avaliar contextos políticos, econômicos e, sobretudo, culturais.

No entanto, vale ressaltar que essa abordagem deve ser feita de forma bem diferente do que os contatos iniciais nacionais. Para isso, as cooperativas têm que pensar em caminhos para evitar ruídos, avaliar contextos políticos, econômicos e, principalmente, culturais.

Caso queira conhecer quais são as etapas envolvidas no processo, o NegociosCoop produziu, em parceria com a Coonecta, este artigo sobre como se comunicar e negociar com compradores internacionais.

Preparando produtos para a exportação no cooperativismo

O arroz é um alimento extremamente consumido tanto no Japão quanto no Brasil. Mas se você já experimentou comida japonesa, deve ter notado que a forma como o ingrediente é usado é muito diferente da que estamos acostumados a ver.

Esse exemplo não foi aleatório: ele reforça a importância de entender o destino de um produto ainda nas suas fases iniciais de desenvolvimento. Caso você pratique a exportação no cooperativismo para países como o Japão, pode perceber que vai precisar tomar alguns cuidados.

A embalagem deve fazer sentido com os hábitos de consumo do público final e, ao mesmo tempo, deve ser resistente o suficiente para suportar a viagem. A quantidade oferecida em cada item também deve ser condizente com a cultura de um povo.

Adequação é imprescindível

Informações técnicas, voltagens (em casos de produtos eletrônicos) e padrões de qualidade são outros tópicos que vão exigir pesquisa antes da exportação no cooperativismo. O ConexãoCoop tratou um pouco mais sobre isso neste artigo sobre como preparar o seu produto para exportação.

Um ótimo case para entender esse aspecto é o da Coopfam, que precisou modernizar os seus processos de produção para atender ao que o público internacional esperava do seu café. Houve um estudo detalhado que envolveu o próprio comprador para entender qual o melhor formato de entrega. Além disso, as certificações também foram essenciais.

Há também a história da Cooxupé, que tem mais de 80% de suas atividades envolvidas com a exportação no cooperativismo. Neste caso, ainda por cima, a sustentabilidade foi um fator de alto impacto na negociação, sendo um elemento reconhecido pelos negócios internacionais.

Certificação como diferencial competitivo

Todo processo de compra e venda exige uma preocupação com a parte legal e burocrática. Mas quando se trata da exportação no cooperativismo, isso é ainda mais importante. Ao lidarmos com competitividade global, é preciso dobrar os cuidados com a documentação, já que cada país conta com leis e exigências totalmente diferentes.

Por exemplo: se você pretende enviar produtos para países de cultura islâmica, é necessário conquistar a certificação Halal. Trata-se de uma prova de que todo o processo de preparação respeitou o que a tradição religiosa diz. Já na dieta judaica ortodoxa, é o certificado Kosher que vai garantir que os princípios adequados foram seguidos.

E isso é apenas o começo: existem diversos certificados que podem – ou não – ser obrigatórios para uma exportação no cooperativismo. Muitos deles estão listados nesse artigo, que vai a fundo sobre a importância das certificações.

Cases mostram poder das certificações para exportações no cooperativismo

No padrão cooperativista nacional, esse ponto acaba sendo uma vantagem. Um bom caso de sucesso dessa categoria é a Comapi, que conquistou um lugar entre as principais cooperativas produtoras e exportadoras de mel in natura no Brasil. 

Hoje, ela envia seu produto para países como Itália, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. O que proporcionou isso foi o compromisso com a qualidade do mel, que já rendeu oito certificações para a marca.

Há também a Camta, que conta com um modelo exclusivo de agricultura sustentável. Isso chamou atenção de diferentes países, que enxergaram o potencial desse caminho e investiram na parceria com a companhia.

Muitos esforços foram necessários, mas a Campa conseguiu alcançar certificações que permitiram negociações com países como Argentina, Japão, Estados Unidos, Alemanha, França e Israel.

Tipos de exportação no cooperativismo

Por fim, mas não menos importante, trazemos uma breve explicação acerca dos dois principais tipos de exportação no cooperativismo. 

Exportação direta

Esse tipo de exportação acontece quando a cooperativa que está vendendo os seus produtos também organiza todos os procedimentos legais para que a operação aconteça. Em outras palavras, ela deve ser a fabricante, despachante e embarcadora. 

Como inspiração, há o caso Cooabriel, que investiu tempo e dedicação ao estudo da exportação com intuito de expandir suas operações e adquirir uma autonomia nos processos de compra e venda para os Estados Unidos.

Exportação indireta

Nesse caso, a cooperativa não se responsabiliza pelos processos de exportação. Ela se limita a vender os produtos para empresas que vão fazer esse trâmite, como uma comercial exportadora ou um consórcio de exportadores.

No seu caminho de exportação, a Aurora contou tanto com ambos os formatos. Quando a transação envolve mais riscos, o modo indireto é o mais indicado, já que ele traz mais segurança para ambos os lados.

Caso você queira conhecer as vantagens e as desvantagens de cada opção, indicamos a leitura de mais esse artigo.

Começando sua jornada de aprendizado sobre exportação no cooperativismo

Com tantos exemplos, fica claro o potencial da exportação no cooperativismo. Apesar de ser uma jornada complexa e que exige uma boa preparação, é importante começar a considerar esse sistema como possibilidade de caminho para expansão.

O Brasil tem muito para mostrar e, além dos nossos produtos de altíssima qualidade, também temos um cooperativismo forte e próspero. Investir em compartilhar isso com o mundo é mais do que aumentar sua cartela de clientes: é levar o potencial dos trabalhadores nacionais para todo o mundo.

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Carolina Mulero
Carolina Mulero
Redatora e autora, formada em Publicidade e Propaganda e pós-graduada em Cinema e Audiovisual. Acredita que qualquer conteúdo pode se transformar em uma história envolvente.