5 dicas de onboarding no cooperativismo

Você já ouviu falar em onboarding no cooperativismo? Apesar de a prática não ser exclusiva das cooperativas, ela é muito importante no nosso modelo de negócios.

Um bom processo de onboarding pode fortalecer muito a ligação dos membros com a cooperativa, tanto cooperados quanto colaboradores. Por isso, quanto mais você dominar o assunto, mais rápido poderá aplicar o onboarding.

Assim, neste artigo eu vou explicar o que é onboarding, sua importância no cooperativismo e algumas dicas práticas de como usar esse conceito na integração de pessoas.

O que é onboarding

De forma bem direta, onboarding é o processo de integração de novas pessoas em uma organização ou ambiente. Em alguns casos, dependendo da complexidade de uma solução, até clientes precisam de onboarding.

Mas, em geral, isso se aplica a novos colaboradores, que precisam se ambientar de forma rápida para fazer seu trabalho de acordo com os valores da organização. No cooperativismo, por exemplo, esse é o momento ideal de aprofundar os valores da cooperativa e mostrar como eles se aplicam no dia a dia do negócio.

Qual a importância de realizar o onboarding no cooperativismo

Se ainda não ficou claro por que o onboarding é tão importante no cooperativismo, pense no seguinte:

Muita gente ainda nem faz ideia do que é o cooperativismo. Algumas nunca ouviram nada a respeito, outras talvez tenham opiniões erradas sobre o assunto. Mas imagine você ter essas pessoas trabalhando na sua cooperativa sem a mínima noção do que significa estar ali?

Elas poderiam pensar que a cooperativa é como qualquer outra empresa, e isso tornaria mais difícil defender os valores centrais do cooperativismo. Por outro lado, com um bom processo de onboarding, a situação toda fica mais simples. 

Afinal, você consegue explicar em detalhes, qual é a diferença da sua cooperativa para empresas do mesmo setor de atuação. Além disso, fica mais fácil mostrar como o cooperativismo, em geral, é um modelo diferente de negócios.

Isso fará diferença no ambiente de trabalho dos colaboradores e, podemos até dizer, no seu rendimento.

5 dicas para realizar o onboarding na sua cooperativa

Agora que você entendeu como é importante trabalhar bem o onboarding no cooperativismo, vamos a algumas dicas práticas que você pode aplicar. Mas não se trata de uma receita pronta, mas sim de alguns pontos que vão direcionar melhor o processo de integração de novos colaboradores. Se estas pessoas que vão trabalhar na cooperativa forem também associadas, o processo de onboarding se torna ainda mais importante.

Vamos às dicas:

1. Comece pela cultura da cooperativa

A primeira coisa que precisa ficar clara para o novo colaborador é que ele não está entrando em uma empresa comum, e sim numa cooperativa. Então, mostre o que isso significa e o impacto que ele pode causar na comunidade por fazer parte disso.

2. Alinhe as expectativas de forma bem direta

Deixe bem claro o que se espera do novo colaborador, tanto na função quanto na postura, e o que ele pode esperar da cooperativa em retorno. Aliás, mesmo que tenha falado sobre esses pontos no processo seletivo, reforce todas as expectativas de maneira bem clara.

3. Apresente ao colaborador as pessoas que ele precisa conhecer

O novo colaborador precisa saber quem são as pessoas a quem ele deve responder e quem vai ajudá-lo com cada tarefa no dia a dia. Então, apresente essas pessoas, dê a ele o contato delas e reforce em quais situações procurar cada uma.

4. Dê acesso às ferramentas técnicas

Seja qual for o conjunto de ferramentas que o colaborador precisa para trabalhar, dê acesso a elas. Inclusive, isso inclui até algum treinamento prático sobre o trabalho em si, como acesso a algum portal EAD ou a algum treinador pessoal.

5. Resuma os pontos anteriores em um e-mail de boas vindas

Você pode abordar cada um dos pontos anteriores em detalhes, se desejar. Em muitas organizações, o processo de integração dura mais de um dia. Mas é sempre válido resumir tudo em um único lugar, que pode ser um simples email de boas vindas.

Assim, o colaborador vai ter uma fonte de consulta rápida com as principais informações que precisa para seguir seu processo de adaptação.

Cases de sucesso: conheça as práticas de onboarding das cooperativas Cecred e Cresol

Além de oferecer dicas, eu quero mostrar para você dois exemplos de onboarding bem aplicados em cooperativas. Por isso, separei os casos da Cecred e da Cresol. Estudar casos como esses pode ser bem útil para ajudar você a montar seu processo completo de onboarding.

Então, veja como essas organizações trabalham o onboarding no cooperativismo:

Cecred

Quando resolveu melhorar a integração de novos colaboradores, o sistema Cecred apostou na gamificação. Ou seja, criou um jogo para integrar os novos ao ambiente de trabalho de forma leve e descontraída.

Solução adotada pelo Cecred tem game presencial e digital

Algumas das prioridades do jogo eram:

  • mostrar de forma clara e imersiva a diferença entre o sistema bancário comum e o sistema cooperativista;
  • engajar os colaboradores com os principais valores do cooperativismo;
  • iniciar um processo de aprendizado de longo prazo.

A solução foi criar um Blended, uma mistura de jogo presencial e digital. Esse jogo explorava em um cenário fictício as habilidades e responsabilidades que os colaboradores teriam no trabalho real. Ao todo, o processo de integração do Cecred pode levar até 40 dias.

Cresol

Já o Sistema Cresol tomou uma abordagem um pouco mais simples, mas não menos poderosa, para engajar os novos colaboradores: o ensino online.

Por meio do Cresol Instituto, a cooperativa oferece cursos presenciais e online para novos colaboradores. E vai além: usa essa instituição também para defender um dos pilares do cooperativismo, que é a educação da comunidade.

Ou seja, a Cresol consegue juntar em uma única plataforma digital de ensino a ferramenta de integração que usa na prática para se diferenciar das empresas comuns. 

Já são mais de 15 mil alunos só nos cursos online, e mais de 6 mil horas de curso, divididas entre cursos livres e outros voltados só para os colaboradores.

Por fim, quando se trata de ensinar e engajar colaboradores novos, poucas ferramentas têm o poder do onboarding no cooperativismo. Então, se você aplicar as dicas que mostrei aqui, vai fortalecer a cultura da sua cooperativa de maneira simples e rápida. 

Além de iniciar bem com o onboarding, que tal ajudar seus colaboradores a continuar aprendendo por toda a vida? Entenda os princípios por trás do lifelong learning!

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Romário Ferreira
Romário Ferreira
Jornalista e especialista em marketing de conteúdo e eventos corporativos (B2B). Descobriu sua paixão pelo modelo cooperativista criando conteúdo e eventos, ao longo de mais de 4 anos, para a indústria financeira, quando teve contato direto com várias cooperativas de crédito de todo o Brasil. É cofundador da Coonecta.