A primeira vez que visitei Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, foi uma experiência transformadora. Ao caminhar pela praça das Flores e contemplar o Monumento “Força Cooperativa”, visitar a Linha Imperial, explorar o sítio histórico e mergulhar na história do cooperativismo brasileiro, fui tomado por um sentimento de pertencimento único.
Era como se cada passo naquele roteiro me conectasse não apenas com as origens do cooperativismo, mas com os ideais que moldam esse modelo tão essencial. Foi então que me veio à mente uma associação: Nova Petrópolis é a Meca do Cooperativismo Nacional.
Assim como Meca, na tradição islâmica, é um lugar sagrado que todo muçulmano deseja visitar ao menos uma vez na vida, Nova Petrópolis deve ser um destino obrigatório para todos os que se identificam com o cooperativismo.
Não importa se você é líder cooperativista, cooperado ou colaborador de uma cooperativa: visitar essa cidade é uma experiência que fortalece a compreensão histórica e a conexão com os valores cooperativistas.
Por que Nova Petrópolis é a Meca do Cooperativismo?
Nova Petrópolis ocupa um lugar especial na história do cooperativismo brasileiro. Foi na comunidade de Linha Imperial que, em 1902, o padre jesuíta Theodor Amstad fundou a primeira cooperativa de crédito do Brasil.
A cidade preserva esse legado com roteiros turísticos que permitem ao visitante reviver as origens do movimento. Ao todo, são 28 pontos históricos relacionados à criação do cooperativismo de crédito no país, que tornam Nova Petrópolis um verdadeiro museu a céu aberto.
Essa riqueza histórica não é exclusiva ao cooperativismo de crédito: ela inspira e fortalece cooperativas de todos os ramos, ao oferecer uma conexão profunda com os valores universais de intercooperação, solidariedade e democracia. É uma experiência indispensável para todas as cooperativas que desejam se reconectar com a essência do movimento cooperativo.
Um ponto alto dessa jornada é o Memorial Amstad, localizado na Casa Cooperativa, um espaço interativo que conecta o visitante às raízes do cooperativismo e à trajetória de Amstad. O Memorial celebra a história, mas também inspira a reflexão sobre o impacto do cooperativismo no desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Um roteiro transformador
Além de sua riqueza histórica, Nova Petrópolis impressiona pelo esforço em manter viva a essência cooperativista. A Casa Cooperativa desempenha um papel essencial ao promover a educação e a intercooperação. Seu trabalho não apenas mantém o passado vivo, mas também inspira novas gerações a continuarem construindo o movimento.
O Memorial Amstad, restaurado recentemente, é um exemplo dessa visão de futuro. Ele combina tradição e tecnologia para criar uma experiência imersiva, apresentando de forma didática o impacto transformador do cooperativismo.
Mais do que um museu, portanto, trata-se de um espaço de aprendizado e conexão.
Minha peregrinação anual
Desde 2019, eu faço minha própria “peregrinação cooperativa” anual a Nova Petrópolis. Cada visita é uma oportunidade de revisitar a Linha Imperial, reencontrar amigos e, acima de tudo, recarregar minhas “baterias de energia cooperativa”.
É um momento de reflexão e renovação, que me conecta não só com a história, mas também com o futuro do movimento cooperativo e meu papel nessa construção.
Essa prática nasceu da forte emoção que senti na minha primeira visita. Assim como Meca é um destino de renovação espiritual, Nova Petrópolis é um lugar de renovação cooperativa. Cada experiência ali me faz lembrar dos motivos pelos quais escolhi trilhar o caminho da cooperação e da solidariedade.
Um convite ao movimento cooperativo
Seja você cooperativista ou alguém curioso sobre o tema, Nova Petrópolis oferece mais do que um passeio histórico. Ela nos conecta com as raízes do cooperativismo e nos faz refletir sobre como levar adiante esses princípios no presente e no futuro. É uma experiência transformadora, capaz de renovar a paixão pelo modelo cooperativo.
Por isso, convido você a conhecer Nova Petrópolis, caminhar pela Linha Imperial, explorar o Memorial Amstad e descobrir por que ela é, de fato, a Meca do Cooperativismo Nacional. Mais do que uma visita, é uma jornada de reconexão com os valores que sustentam o movimento cooperativo.
Nota: As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de seu autor e não refletem necessariamente a posição da Coonecta. Valorizamos a diversidade de perspectivas e o debate aberto sobre o cooperativismo.
