E-book: 7 tendências de inovação discutidas no CBC

Nunca se falou tanto em tecnologia nas cooperativas como agora. Se fizéssemos uma nuvem de tags do que foi debatido no 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo, realizado semana passada em Brasília, “plataforma” seria aquela palavra enorme que aparece no centro da nuvem.

Em certos momentos parecia até que os problemas do setor poderiam se resolver apenas com uma plataforma tecnológica. Mas sabemos que não é bem assim.

O problema é mais profundo e subjetivo: depende de uma mudança de mindset e de cultura. Caso contrário, sempre estaremos correndo atrás do prejuízo.

Quem garante que daqui alguns anos a solução será uma plataforma? O foco não deve ser o produto da inovação, mas seu processo. Precisamos aprender a inovar, e não aprender a fazer plataformas.

Na Coonecta acreditamos que essa mudança de chave do cooperativismo pode levar a um novo ciclo de crescimento e abundância.

É impressionante como em termos de valores, as cooperativas têm tudo para surfar a onda da inovação não como coadjuvantes, mas como protagonistas!

Denny Mews, líder de negócios digitais da Coopercarga, fez uma síntese interessante desse sentimento em sua palestra no CBC:

“O que nós, cooperativas, somos por natureza? Somos colaboração, sustentabilidade, igualdade e compartilhamento. Porém, somos uma versão 1.0 do mundo que as pessoas querem hoje. Nós somos o que o mundo procura, faltam apenas pequenos ajustes”.

Os documentos-base do CBC, produzidos pela OCB para embasar as discussões do congresso, também pontuam esse casamento de valores:

“As cooperativas têm valores e princípios fortes, que estão em sintonia com várias práticas e filosofias contemporâneas como: capitalismo consciente, valor compartilhado, comércio justo, sustentabilidade, liderança colaborativa, empoderamento criativo e ecologia profunda. Elas têm a chance de estimular importantes discussões e assumir o protagonismo em diversos temas da comunicação, basta vontade e coragem de fazer diferente”.

O que falta, então, para o cooperativismo ser protagonista da inovação?

Se do ponto de vista dos valores mais profundos o cooperativismo está em sintonia com o movimento atual de inovação, no mindset de gestão e modelo jurídico ele ainda precisa se atualizar.

O movimento atual de inovação é pautado pela velocidade. No entanto, no caso das cooperativas, há um forte modelo de administração com diversos níveis hierárquicos e departamentos estanques, com pouca colaboração entre si.

Acreditamos que mais do que simplesmente seguir as tendências de inovação das empresas privadas e SAs, o cooperativismo precisa criar seu próprio jeito de inovar. Precisamos, claro, aprender com essas empresas.

Mas, depois de observar e aprender, é preciso criar nossa própria forma de executar. E isso não se faz seguindo fórmulas prontas, mas mudando soft-skills, mindset, cultura e apostando na promoção da diversidade nas cooperativas.

Pensando nisso, separamos os principais insights do 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo para mostrar que nunca se falou tanto de Inovação no setor como agora.

Produzimos um e-book com sete tendências claras de inovação nas cooperativas. Nosso critério foi escolher ações que já estão em curso, e não fazer “futurologia”.

Cooptechs, Startups Cooperativas e muito mais

Não foi fácil selecionar as sete tendências de inovação para este e-book. Nossa sensação é que as cooperativas despertaram de vez para a inovação.

E neste despertar, ainda estão concatenando informações, sistematizando temas e separando o que é simples moda do que pode ser realmente impactante para o setor.

Há uma profusão de ideias, termos e interesses no setor: cooperativismo de plataforma, cooperativismo 2.0, startups cooperativas, cooptechs, incubadoras e aceleradoras de cooperativas digitais, e por aí vai.

Em meio a esse turbilhão de ideias e conceitos, nosso critério para o e-book foi priorizar tendências reais, que já têm ações – ainda que incipientes – em curso.

Já tendências que nos pareciam boas ideias, mas que ainda não tinham nenhuma ação concreta em curso, ficaram de fora. Vale destacar as seguintes:

  • Criação de startups cooperativas, as “cooptechs”: Seria interessante ver cooperativas enxutas, planejando negócios escaláveis com base tecnológica. Mas a burocracia somada ao desconhecimento do modelo, ainda impedem o início de um ecossistema de cooptechs brasileiras.
  • Criação de incubadora e aceleradora de intercooperação: Proposta no documento-base do CBC, a ideia é facilitar parcerias de intercooperação mais profundas, com essa incubadora/aceleradora apoiando nas questões burocráticas e de estudo de viabilidade, papel que poderia ser desempenhado pela própria OCB.
  • Desburocratizar as cooperativas: Facilitar, do ponto de vista legal, a criação e gestão de cooperativas, poderia facilitar o surgimento de novos agentes no setor.
  • Cooperativismo 2.0: O termo resume um movimento que o Coonecta pretende apoiar, o de um cooperativismo renovado para os novos tempos, antenado à tecnologia e modelos de gestão mais ágeis. Acreditamos, no entanto, que no Brasil ainda é cedo para cravar alguma iniciativa como cooperativismo 2.0.

Considerações finais

Nossa missão, na Coonecta, é ajudar as cooperativas a se reinventarem para os novos tempos. Acreditamos que, para isso, mais do que entender de tecnologias ou metodologias, o cooperativismo precisa mudar sua cultura e mindset.

Queremos ajudar neste processo, promovendo encontros para networking e benchmarking, eventos para relacionamento com o ecossistema de inovação, e entregar muito conhecimento e conteúdo online.

Assim, queremos ajudar na criação de um ecossistema, onde todos os envolvidos têm um só objetivo: reforçar e renovar o cooperativismo no Brasil, para ampliar os frutos econômicos e sociais deste modelo.


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Gustavo Mendes
Cofundador da Coonecta, especialista em curadoria de conteúdo para educação corporativa e marketing de conteúdo, palestrante e mentor em: inovação, cooperativismo de plataforma, cooptechs e empreendedorismo cooperativo