O Brasil expandiu sua representatividade no World Cooperative Monitor (WCM), relatório que analisa e mensura os impactos econômicos, sociais e de sustentabilidade das maiores cooperativas do mundo.
Dentre as 300 maiores cooperativas mapeadas, 22 são brasileiras. Isso representa um aumento de quase 150% em relação ao último levantamento, quando apenas 9 cooperativas do país tiveram destaque na pesquisa.
Divulgado no início de dezembro de 2022, o WCM listou as melhores classificações das cooperativas de diversos segmentos, em duas categorias:
- Volume de Negócios
- Faturamento sobre o PIB per capita
Em uma das vertentes, a de Volume de Negócios, há nove cooperativas brasileiras no Top 300. Da mesma forma, na categoria Volume de Negócios per capita, 22 são do Brasil. Juntas, as 300 maiores cooperativas do mundo movimentaram mais de US$ 2,1 bilhões em volume de negócios em 2020.
O estudo, que está em sua 11ª edição, é uma iniciativa da Aliança Cooperativa Internacional (ICA) em parceria com o Instituto Europeu de Pesquisa em Cooperativas e Empreendimentos Sociais (Euricse). O documento é uma ferramenta importante para as cooperativas avaliarem seu próprio posicionamento a nível mundial e dar visibilidade aos dados econômicos e sociais, destacando a importância da cooperação para a sociedade.
Confira abaixo o ranking das maiores cooperativas brasileiras, que se destacaram no Top 300.
Maiores cooperativas brasileiras em volume de negócios
- 31º lugar – Sistema Unimed Brasil
- 60º lugar – Coopersucar SA
- 126º lugar – Coamo Agroindustrial Cooperativa
- 137º lugar – Sicoob
- 142º lugar – Sicredi
- 156º lugar – Aurora Coop
- 183º lugar – C.Vale Cooperativa Agroindustrial
- 199º lugar – Lar Cooperativa Agroindustrial
- 272º lugar – Comigo – Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano
Maiores cooperativas em volume de negócios sobre o PIB per capita do Brasil
- 4º lugar – Sistema Unimed
- 12º lugar – Coopersucar SA
- 24º lugar – Coamo Agroindustrial Cooperativa
- 26º lugar – Sicoob
- 29º lugar – Sicredi
- 34º lugar – Cooperativa Central Aurora Alimentos
- 41º lugar – C. Vale
- 49º lugar – Cooperativa Agroindustrial LAR
- 65º lugar – Cooperativa Agroindustrial Dos Produtores Rurais Do Sudoeste Goiano – COMIGO
- 73º lugar – Cocamar Cooperativa Agroindustrial
- 83º lugar – Copacol Cooperativa Agroindustrial Consolata
- 85º lugar – Coopercitrus Cooperativa de Produtores Rurais
- 92º lugar – Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé Ltda – Cooxupé
- 97º lugar – Cooperativa Agroindustrial Alfa
- 108º lugar – Agrária Agroindustrial
- 114º lugar – Integrada Cooperativa Agro
- 115º lugar – Castrolanda – Cooperativa Agroindustrial Ltda
- 119º lugar – Frimesa Cooperativa Central
- 139º lugar – Frísia Cooperativa Agroindustrial
- 147º lugar – Coopavel Cooperativa Agroindustrial
- 173º lugar – Coop – Cooperativa de Consumo
- 246º lugar – Sistema Ailos
Destaques por ramo
As coops brasileiras também foram destaque nos rankings por setor de atividade. No agro, por exemplo, duas se destacaram no Top 10 entre as maiores do segmento, na categoria Faturamento sobre o PIB per capita:
- Coopersucar – maior cooperativa brasileira de açúcar e etanol e um dos maiores exportadores globais destes produtos – ocupou o 5º lugar no pódio.
- Coamo – produtora de grãos como soja, milho, trigo e café – ficou em 7º lugar no ranking.
Já em serviços financeiros, também na categoria de Faturamento sobre o PIB per capita, aparecem o Sicoob e o Sicredi, ocupando o 5º e 7º lugares no Top 10, respectivamente.
O Sistema Unimed foi a cooperativa melhor classificada no ranking das maiores no segmento de educação, saúde e trabalho social, nas duas categorias pesquisadas. Vale lembrar que no ranking geral, a Unimed ficou em 4º lugar entre as 300 maiores cooperativas mundiais.
Confira o documento completo do World Coop Monitor 2022.
A transformação digital como chave para o crescimento sustentável
O relatório do World Cooperative Monitor vai além do ranking com as 300 maiores cooperativas do mundo. Nesta edição, o estudo também abordou o tema digitalização, destacando como os grandes grupos cooperativos estão se adaptando às mudanças decorrentes do uso de ferramentas digitais e qual é o impacto dessa transformação na criação de uma identidade cooperativa.
Para tanto, foi analisado como o controle democrático dos membros e o envolvimento deles podem ser aprimorados por meio do uso de ferramentas digitais, com foco particular nas cooperativas de consumo.
O documento apresenta, ainda, dois estudos de casos sobre digitalização, um brasileiro, da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e outro italiano, do Legacoop.
O case brasileiro, da OCB, abordou o Negócios Coop, uma plataforma cooperativa de comércio eletrônico. A iniciativa propõe fazer desta ferramenta de e-commerce uma vitrine em que cooperativas, produtos e serviços possam ser exibidos e encontrados, criando um círculo virtuoso de comercialização, que defende a intercooperação, um dos princípios do cooperativismo, e a economia colaborativa.
Já o case italiano, da Legacoop, abordou o projeto Cooperação Digital, promovido pela Alliance of Italian Cooperatives com o apoio da Google.org, divisão filantrópica do Google. O objetivo do projeto é permitir o aproveitamento das oportunidades oferecidas pela transformação digital nos empreendimentos cooperativos e sem fins lucrativos, priorizando os mais vulneráveis.
Conclusões sobre o World Cooperative Monitor
O Brasil concentra um dos maiores sistemas cooperativos do mundo e ao longo deste texto vimos que as cooperativas movimentam a economia, contribuem para o desenvolvimento das regiões onde atuam e possuem um papel essencial na construção de uma sociedade mais justa.
Além disso, vimos que há 22 cooperativas brasileiras dentre as maiores do mundo em volume de negócios. Vimos também a representatividade do setor financeiro cooperativo brasileiro frente a outros países.