A Natura está presente em 14 países e tem como um dos pilares de sua produção a busca pelo desenvolvimento sustentável. Em todas as etapas da cadeia produtiva, a Natura prioriza soluções e parcerias com cooperativas e empresas que respeitam o meio ambiente.
“Entendemos que precisamos ser um negócio sustentável e inovador ao mesmo tempo em que fortalecemos a proteção das florestas, as cadeias da sociobiodiversidade e o fomento da economia circular e regenerativa”, afirma Angela Pinhati, diretora de sustentabilidade da Natura.
É com esse propósito que a empresa escolhe as organizações que fazem parte da sua produção. A Natura reconhece a importância de trabalhar com marcas que também têm práticas ambientalmente corretas – e é justamente aqui que entram as cooperativas.
Natura e cooperativas: em prol do meio ambiente
A responsabilidade ambiental é um princípio que guia a Natura. A marca é conduzida pela filosofia Bem Estar Bem, que consiste em “cultivar uma relação harmoniosa do indivíduo consigo mesmo, com o outro, e também com a natureza da qual todos fazemos parte”, define Angela.
Segundo a diretora, esse lema norteia não apenas o desenvolvimento dos produtos, mas também a cultura e o modelo de negócios da organização. Um marco que exemplifica esse compromisso é a certificação B Corp que a Natura tem desde 2014. Esse selo reconhece instituições comprometidas com o desempenho social e ambiental, garantindo transparência na sua produção.
Além disso, a maioria das fórmulas dos produtos da empresa é de origem natural. As matérias-primas são provenientes de outras organizações sustentáveis, como produtores rurais, associações comunitárias, agricultores familiares, agroextrativistas e cooperativas.
Não é novidade que o cooperativismo também tem uma relação direta com a sustentabilidade. Afinal, o cooperativismo, que preza pela responsabilidade social e pelo desenvolvimento equilibrado das comunidades, é reconhecido por adotar práticas que se alinham à agenda ESG.
Prova disso é que, graças a esse propósito, a ONU declarou 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas. Com o tema “Cooperativas Constroem um Mundo Melhor”, a ONU reconhece a importância desse modelo de negócio para a construção de um futuro mais sustentável e inclusivo.
Natura trabalha em parceria com cooperativas

Para a Natura, as cooperativas são protagonistas quando o assunto é negócios regenerativos e ciclos de prosperidade que incluam todos. Por isso, passou a realizar parceria com cooperativas.
“As cooperativas representam uma forma de unir forças para um objetivo comum. Na Natura, não acreditamos em fazer mudanças importantes sozinhos, nós acreditamos no coletivo”, pontua Angela.
O cooperativismo, para a especialista, mostra que é possível ter resultados com respeito ao meio ambiente e às pessoas. “Quando compramos castanhas, óleos vegetais ou ativos da biodiversidade de uma cooperativa, não estamos apenas adquirindo um insumo de qualidade. Estamos investindo em um modelo que gera renda, fortalece a economia local, mantém a floresta em pé e, o mais importante, gera autonomia”, explica.
Pela sinergia da marca com o segmento, a Natura se relaciona com 32 cooperativas que fazem parte da estratégia de relacionamento com fornecedores. As coops são de vários lugares do Brasil, como Pará, Amazonas, Acre, Rondônia, entre outros.
“Vale dizer ainda que não exigimos exclusividade das cooperativas que auxiliamos no desenvolvimento e compramos insumos. Queremos que essas comunidades sejam fortes e negociem com outros players, porque isso as torna mais resilientes”, reforça a especialista.
Parcerias de sucesso entre Natura e Comaru
A Natura cultiva uma das suas principais matérias-primas, a castanha-do-Brasil, em parceria com a Cooperativa Mista dos Produtores e Extrativistas do Rio Iratapuru (Comaru).
“Hoje a Natura é uma das nossas grandes parceiras, sempre trabalhando com a comunidade de Iratapuru no processo do óleo e dando apoio técnico dentro do campo”, declara Aldemir Pereira, diretor administrativo da Comaru.
Na série Common Good, realizada em parceria da B Lab Global com a BBC, a Natura foi uma das organizações destacadas pela construção de um futuro mais ecológico. Seu episódio foi protagonizado por Elizabete dos Santos, uma coletora de castanhas da Comaru.
“Dona Bete e a Comaru ilustram práticas como contratos justos, repartição de benefícios, incentivo à industrialização local e valorização do conhecimento tradicional, refletindo o compromisso da marca com cadeias sustentáveis, geração de renda e inclusão produtiva há mais de 25 anos”, explica Angela.
Aldemir conta a importância dessa participação para a cooperativa. “Para a gente foi um trabalho sensacional que foi desenvolvido junto com a Elizabete, pegando essa experiência de como ela trabalha de forma tradicional dentro da comunidade e levando isso para o mundo”, relata.
Projetos sustentáveis apoiados pela Natura
Além da longa parceria da Natura com a Comaru, a empresa tem uma trajetória marcada por apoiar uma vasta gama de projetos cooperativos. Todos se destacam por buscar o equilíbrio da produção com a natureza e priorizar práticas ambientalmente corretas.
CAMTA protagoniza primeiro sistema agroflorestal do mundo
Um grande feito para a agenda ESG, o primeiro sistema agroflorestal do mundo voltado ao cultivo de óleo de palma de forma sustentável foi criado pela Natura junto à Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta) e as Embrapas Amazônia Oriental e Amazônia Ocidental.
Na região de Tomé-Açu, as organizações desenvolvem o Projeto SAF Dendê desde 2008, implantando em uma área de 650 hectares um Sistema Agroflorestal composto por dendezeiros (palmeira da qual se extrai o óleo de palma) junto a outros cultivos como cacau, açaí, mandioca e pimenta.

Rios Vivos e o apoio a cooperativas amazônicas
O projeto Fundo Rios Vivos, com cooperativas amazônicas, nasceu do Programa Natura Elos e mobiliza comunidades ribeirinhas nos estados do Amazonas e do Pará para a coleta de resíduos plásticos na floresta e em bairros urbanos às margens dos rios.
“A relevância disso é enorme, pois a maior parte do plástico que chega aos oceanos vem dos rios. Então, quando atuamos diretamente na coleta e destinação correta desses materiais, estamos não apenas reduzindo a poluição, mas também gerando um impacto socioeconômico positivo”, declara a diretora.
Hoje, a iniciativa mobiliza dez comunidades ribeirinhas e quatro cooperativas de reciclagem em três municípios, alcançando mais de 680 famílias que passam a ter uma fonte de renda vinculada à preservação da floresta e dos rios.
Angela conta que os próprios produtos da marca se beneficiam do Rios Vivos. As fragrâncias Ekos Ryos, como Rio Vivo e Rio Chuva, têm tampas feitas com plástico 100% reciclado, retirado diretamente dos rios da Amazônia. Já o Ekos Hidratante Concentrado de Castanha tem um frasco refilável feito totalmente com plástico coletado na região, reduzindo em 81% o uso de material plástico em relação ao refil convencional.
Coops de reciclagem fortalecidas pela Natura
Fomentar cooperativas de reciclagem também é uma prática essencial para a Natura. “Com o programa Natura Elos, criamos uma rede de responsabilidade compartilhada que só funciona de verdade com a presença das cooperativas. Graças a elas, conseguimos colocar de volta nas nossas embalagens mais de 15 mil toneladas de materiais reciclados por ano”, aponta a diretora.
Angela explica que o alcance vai muito além dos benefícios ambientais. “Hoje trabalhamos com mais de 2.500 catadores. Isso significa renda, condições de trabalho mais dignas, acesso a crédito e novas oportunidades”, afirma. Ao apoiar essas cooperativas, a Natura também ajuda a profissionalizar toda a cadeia, garantindo rastreabilidade e ética em cada etapa.
Financiamento para desenvolvimento das cooperativas
Em 2023, a Natura criou o projeto de financiamento Amazônia Viva para aumentar a produção e o volume de faturamento de mais de 40 cooperativas de pequenos agricultores. O projeto em parceria com a VERT Securitizadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) nasceu para enfrentar um dos maiores gargalos da sociobioeconomia: o acesso a financiamento.
“Muitas vezes, as cooperativas têm potencial para crescer, mas não conseguem crédito em condições adequadas para expandir sua produção. Foi por isso que criamos um mecanismo inovador de financiamento híbrido, que combina capital de mercado com recursos filantrópicos”, argumenta a diretora.
Os resultados têm sido positivos. A Natura já mobilizou cerca de R$ 26 milhões, beneficiando 16 cooperativas e associações. Uma parte desses recursos vai para capacitação, fortalecimento de unidades de beneficiamento, práticas regenerativas e estímulo ao protagonismo de mulheres e jovens. A outra parte financia diretamente as safras anuais, aumentando produtividade e renda.
Angela enfatiza que esse projeto tem 100% de adimplência nos empréstimos, provando que, quando recebem apoio adequado, as comunidades amazônicas e as cooperativas são parceiras altamente confiáveis e podem desenvolver grandes feitos.
Conclusão: a importância do cooperativismo para um negócio sustentável
As parcerias da Natura com cooperativas mostram como o cooperativismo contribui para o desenvolvimento de uma marca sustentável. A empresa conta com o apoio de muitas cooperativas em diferentes setores da sua cadeia produtiva e essa relação tem um papel de extrema importância para garantir o sucesso da empresa.
Com objetivos similares, a Natura e as cooperativas são exemplos de como ter relevância e eficiência sem abrir mão do aspecto social e da preservação da natureza.