Educação cooperativista: como o microlearning pode ser um aliado

Você já ouviu falar em microlearning? Essa ferramenta de ensino tem se tornado cada vez mais popular no mundo corporativo, e pode ser o que a sua cooperativa precisa.

Nunca tivemos acesso a tanta informação e a necessidade de se adaptar a diferentes funções é maior do que nunca. Por isso, os métodos de ensino e as formas de trocar informação entre colaboradores, cooperados e até para os clientes também precisam evoluir.

Mas vai além disso. Segundo o estudo “Microlearning in Action”, da EI Design, o tempo médio de atenção humana está diminuindo consideravelmente ao longo dos últimos anos. 

A pesquisa mostra que as pessoas ficam totalmente alertas e atentas nos primeiros 8 minutos. Depois de 20 minutos, o nível de atenção começa a diminuir. Quando atinge a faixa de 60 a 120 minutos, o nível de alerta cai completamente. Além disso, há a curva de esquecimento do conteúdo estudado, sendo necessário estudar ou rever conteúdos no futuro. 

Portanto, o microlearning não é apenas uma tendência, mas uma solução para problemas atuais. Por isso que, para muitos especialistas, o microlearning é o formato ideal para os estudantes de hoje em dia. 

Neste artigo, eu vou te mostrar o que é microlearning, como ele é diferente do ensino tradicional e quais são seus benefícios para as cooperativas. 

O que é microlearning

Basta traduzir a própria palavra microlearning para entender todo o conceito: “micro” tem o mesmo significado na língua portuguesa, enquanto “learning” é “aprendizado”. Assim, microlearning é uma forma de micro aprendizado, ou seja, de aprender em pequenas doses.

Isso faz sentido quando pensamos nas necessidades das cooperativas modernas. Por exemplo, imagine que você decidiu reformular um processo interno de trabalho e agora precisa instruir os colaboradores sobre a mudança.

A informação a compartilhar é curta, direta e bem específica. Nesse caso, o microlearning seria perfeito para explicar o novo processo, e um vídeo curto poderia ser suficiente para alinhar todos com a mudança.

O que diferencia o microlearning do ensino padrão

O que conhecemos por muito tempo como ensino padrão, ou seja, os cursos completos e de longa duração, ainda existe, mas também foi afetado pelo microlearning. Já se tornou comum dividir o conteúdo em vários pedaços curtos, mesmo em formações completas. 

Ainda assim, não dá para dizer que virou tudo uma coisa só. Ainda existe o modelo “comum”, conhecido agora como macrolearning, que tem como objetivo ensinar um assunto de forma mais completa, a médio e longo prazo.

A grande diferença para o microlearning é que essa forma de aprendizado é bem mais pontual e específica. 

O microlearning pode ser um complemento ideal à formação tradicional

É como se o microlearning fosse um comprimido para a dor, que você só toma quando sente algo, e o macrolearning fosse um tratamento médico de longa duração. Cada um tem sua importância, e os dois até podem ser usados juntos, mas são soluções diferentes para problemas diferentes.

Por isso não existe a necessidade de escolher entre um ou outro, basta equilibrar as forças dos dois tipos de ensino ao usá-los com seus cooperados, colaboradores e clientes.

Conheça os benefícios do microlearning para as cooperativas

O primeiro benefício do microlearning já deve ter ficado evidente até aqui: ele supre uma necessidade cada vez maior de oferecer informação rápida com qualidade. Seus clientes, colaboradores e cooperados terão um canal de aprendizado e informação dinâmico, capaz de ajudá-los no que for preciso no dia a dia.

Além disso, existem outras vantagens de contar com o microlearning na sua cooperativa. Entre eles, vale destacar os seguintes:

1. Produção rápida e econômica

Do ponto de vista de quem produz os materiais, é muito bom saber que o microlearning pode ser bem rápido e econômico. Afinal, visto que os materiais são curtos e de consumo rápido, é natural que você gaste menos tempo e dinheiro com a produção.

Isso até aumenta as possibilidades de testes na hora de produzir novos conteúdos, como:

  • materiais de treinamento interno para os colaboradores;
  • informativos institucionais para cooperados;
  • conteúdo de marketing para atrair e fidelizar clientes.

2. Custo baixo de atualização

Outra grande vantagem do microlearning é o baixo custo de atualização dos materiais. Como a informação sempre evolui e os processos se renovam, de tempos em tempos é preciso atualizar um material por uma versão mais nova.

Qual material você prefere atualizar: um vídeo de 5 minutos ou uma palestra de 2 horas? É muito mais rápido, prático e barato produzir novos materiais só para os assuntos que realmente estão desatualizados.

3. Facilidade de escalar

Conforme você vai produzindo mais materiais, eles se acumulam em um verdadeiro acervo de conteúdo. Assim, você consegue escalar seu volume de conteúdo aos poucos, de uma forma que não exige grandes investimentos de uma só vez, nem demanda tempo que você não tem.

Ou seja, não tem problema que você comece com o básico e produza pouco conteúdo de cada vez. Com o tempo terá uma biblioteca inteira à disposição dos colaboradores, cooperados e clientes, com tudo que eles precisam saber em pequenas doses.

4. Aumento da produtividade

Produtividade é fazer o tempo disponível render o suficiente para realizar as tarefas mais importantes, sem desperdício, e o microlearning também colabora com isso. Como?

Primeiro, por não comprometer mais tempo que o necessário na produção do conteúdo de ensino e informação. Segundo, quem consome o conteúdo ganha tempo, pois pode aprender apenas o que precisa em poucos minutos e seguir com a rotina.

5. Mobilidade no acesso à informação

As pessoas hoje acessam cada vez mais conteúdo em dispositivos móveis, como celulares e tablets. E consumir conteúdo curto e específico acaba sendo mais confortável nesses aparelhos.

Além disso, com uma boa plataforma tecnológica, o aluno acesso o conteúdo de qualquer lugar e dispositivo, o que facilita o consumo das informações.

6. Variedade de formatos

Por último, mas não menos importante, vale destacar como uma das vantagens a variedade de formatos de conteúdo que é possível explorar com o microlearning. 

É verdade que também dá para usar todos esses formatos com o ensino padrão, mas não de forma tão rápida e prática. Aliás, vamos ver agora quais são os formatos mais comuns de conteúdo que você pode explorar no microlearning.

Os tipos mais comuns de microlearning e quando usar cada um deles

Lembre-se: a mensagem é sempre mais importante que o formato. Ou seja, o conteúdo em si vale mais do que a mídia que você usa para transmiti-lo. Mas, ainda assim, vale a pena apostar em diferentes formatos, de acordo com o que funciona melhor com cada público com o qual você quer falar.

Por exemplo, pode ser que o seu perfil de cooperado prefira conteúdo escrito, enquanto os colaboradores e clientes são mais receptivos a vídeos e imagens. Tudo depende de quem vai consumir o conteúdo.

Então, veja agora os 4 formatos mais comuns e como você pode usá-los na sua estratégia de microlearning:

  1. Vídeos: vídeos curtos são ideais para treinamentos e instruções passo a passo.
  2. Artigos: textos práticos para leitura em poucos minutos.
  3. Infográficos: explicar um tema em imagens, com pouco texto de suporte.
  4. Podcasts: conteúdos em áudio para ouvir a qualquer hora, mesmo no trânsito ou entre tarefas.

Assim, fica claro que o microlearning é uma ótima opção para usar com seus colaboradores, cooperados e até para cultivar o relacionamento com os clientes.

Afinal, essa tendência surgiu a partir da mudança em nossa forma de consumir conteúdo, e veio para ficar. Então, aplicar o microlearning pode ser um ponto de virada na sua cooperativa.

Além do microlearning, é importante investir em outras formas de melhorar o relacionamento com os envolvidos no ecossistema das cooperativas. Veja agora 7 dicas para se aproximar dos seus colaboradores!

spot_img
spot_img

Relacionados

Gustavo Mendes
Gustavo Mendes
Cofundador da Coonecta, especialista em curadoria de conteúdo para educação corporativa e marketing de conteúdo, palestrante e mentor em: inovação, cooperativismo de plataforma, cooptechs e empreendedorismo cooperativo