Moeda Seeds usa blockchain para apoiar cooperativas

A Moeda Seeds se autodenomina uma empresa financeira baseada em blockchain cuja proposta é promover mudanças na economia global por meio de suporte a cooperativas. Em seu site, afirmam ter como missão humanizar as finanças e distribuir impacto. Tudo isso por meio da facilitação do acesso a financiamento e apoio técnico ao negócio.

No entanto, a atuação da Moeda vai muito além, como vamos ver ao longo deste post. Foi ela que criou, inclusive, a primeira criptomoeda brasileira. Com ela e por meio do programa Moeda Semente tem facilitado o acesso a crédito e o desenvolvimento de milhares de comunidades não apenas no Brasil, mas ao redor do mundo.

Vamos primeiro entender como tudo começou.

O que é a Moeda Seeds

A Moeda foi fundada em março de 2017 a partir de um hackathon em blockchain. No mês seguinte, Taynaah Reis, fundadora e CEO da Moeda, desenvolveu a primeira versão do app. No mesmo ano, a Moeda abriu holding no Uruguai, tornando-se a primeira empresa de blockchain numa Zona de Livre Comércio. Além disso, Taynaah se uniu à Comissão Especial Parlamentar sobre regulamentação de moedas virtuais.

Ainda em 2017, além de a CEO ter apresentado a Moeda na Assembléia Geral das Nações Unidas, a cooperativa financiou a primeira produção de agricultores no Brasil. Não à toa, portanto, ela foi eleita pela revista Forbes como umas das 12 líderes jovens mais inovadoras do mundo.

Desde então, a Moeda chegou a diversas regiões do Brasil, à China, ao Fórum Econômico Mundial de Davos, à África e a muitos outros locais em todo o planeta. No entanto, mais importante do que as localizações às quais chegou é o impacto que trouxe.

Conforme explica Taynaah, seus projetos são baseados no Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Assim, têm como propósito mudar a realidade de comunidades economicamente vulneráveis.

Nesse sentido, a Moeda Seeds é um ecossistema voltado à inclusão financeira e à igualdade de gênero. No total, são oito CNPJs com um mesmo propósito. E eles atuam como fintech para inclusão financeira; aceleradora com programas de crédito orientados; marketplace; Exchange para serviços com moedas tradicionais e criptomoedas; e Fundo de Impacto.

Sua atuação é voltada à geração de oportunidades por meio de Programas de Nano-Micro Crédito Orientado, Aceleração e Marketplace. Dessa maneira, a Moeda procura incentivar práticas sustentáveis de longo prazo em cooperativas. Sempre com foco em promover crescimento e desenvolvimento de comunidades.

A Moeda conta com 86 funcionários e colaboradores espalhados por São Paulo, Nova York, China e Uruguai.

Criptomoeda no cooperativismo

Conforme Taynaah explicou no Cooptech 2019, a criação da criptomoeda foi motivada pela necessidade de tornar iniciativas de impacto confiáveis para os investidores. “Morei no exterior e sabia que havia recursos disponíveis que poderiam ir para cooperativas. Mas havia muitos entraves políticos e sociais”, lembra.

Com isso, nasceu a ideia de usar a tecnologia para mostrar como o dinheiro foi gasto. “As pessoas passaram a topar desde que usasse Blockchain”, diz. Afinal, o blockchain torna as operações rastreáveis, o que leva segurança a investidores, principalmente os estrangeiros.

É dessa maneira que a Moeda passou a atuar em quase todas as pontas da cadeia de negócios sociais. Hoje, a iniciativa atua desde o financiamento à produção até a distribuição dos resultados. “Com a Moeda sabemos como cada Real está impactando na sociedade”, comemora.

Ainda de acordo com Taynaah, a diferença da Moeda Seeds para criptomoedas tradicionais é que as primeiras servem apenas como moeda fiduciária. Diferentemente, a Moeda Seeds contabiliza também os valores intangíveis, como o impacto gerado na vida das pessoas envolvidas nas atividades financiadas.

Propósito da Moeda Seeds

A Moeda Seeds atua na intermediação de recursos financeiros. Assim, por meio da tecnologia blockchain, elimina algumas barreiras à alocação de recursos para Fomento ao Desenvolvimento Sustentável. O efeito se dá, especialmente, em áreas rurais e de periferia.

As principais barreiras removidas por meio da atuação da Moeda Seeds são:

  • Acesso Insuficiente ao Capital
  • Parcialidade nos investimentos
  • Falta de orientação
  • Dificuldade de comercialização e divulgação de produtos e serviços

Na prática, a Moeda cria condições que dão garantias ao investidor. Com isso, proporciona aos tomadores de empréstimo acesso a crédito com taxas acessíveis. Mais do que isso, orientação para otimização da aplicação de recursos.

Além disso, a Moeda Seeds busca reverter a parcialidade na alocação de recursos por parte dos investidores. De acordo com Taynaah, há, em geral, menor interesse em projetos liderados por mulheres. Isso mesmo apesar de projetos liderados por mulheres apresentarem melhores taxas de sucesso e de devolução de investimento.

Taynaah explica que 45% dos pequenos e médios empreendimentos administrados por mulheres tem na dificuldade de acesso ao sistema financeiro sua principal limitação.

Outra dificuldade apontada por micro e pequenos empreendedores é a falta de orientação adequada e de acompanhamento no desenvolvimento da ideia inicial. O resultado é o aumento significativo de riscos socioeconômicos e dificuldade na tomada de decisões.

Projetos da Moeda Seeds

A Moeda Seeds se dedica a viabilizar iniciativas de impacto social, em especial aquelas lideradas por mulheres. Afinal, dentre os valores da Moeda está a igualdade de gênero. Confira alguns dos projetos que fazem parte do portfólio da Moeda. Além disso, não deixe de conferir as demais iniciativas da empresa.

Mulheres fazendo negócios no sertão

Localizado no semiárido baiano, o projeto “Mulheres fazendo negócios no sertão” tem como foco o desenvolvimento produtivo pela aquisição de capital de giro e equipamentos. A finalidade é tornar os processos mais eficientes e promover melhor organização da produção. Com isso, espera-se facilitar o acesso a mercados locais, regionais e institucionais. Além disso, o projeto engloba a compra de um terreno para melhorar a infraestrutura do abatedouro.

Cooperval Cerveja Artesanal

O trabalho de Dona Divina e as mulheres da Cooperval é, há cerca de dez anos, produzir, processar e vender polpas de frutas, hortaliças e panificados para alimentação de alunos das escolas de Formosa, em Goiás.

Agora, o grupo quer aumentar a produção e, assim, aumentar a renda. Para viabilizar o financiamento, a Moeda desenvolveu um Projeto Semente com foco no baru, castanha típica da região. O plano de negócios previa parceria com uma cervejaria local para produzir 1.500 garrafas de cerveja artesanal de baru. Além disso, a Moeda também vai atuar em co-branding com a “Dona Divina Baru Beer”.

O projeto também visa desenvolver a produção de mudas de baru para difundir o plantio junto a mais de três mil famílias. Dessa maneira, o que se espera é transformar o extrativismo em atividade comercial ambientalmente relevante. Há previsão, ainda, de comprar equipamentos que aumentam a produtividade usando pouca água e o mínimo de energia elétrica.

Cooperede: produção comunitária

Também localizada no semi-árido baiano, a COOPEREDE une mulheres que trabalham com mandioca, horticultura, avicultura e artesanato em busca de autonomia financeira. A Moeda ajuda a comprar insumos e equipamentos e uso de medidas sustentáveis.

Café sustentável

Embora o Brasil seja o maior exportador de café do mundo, opapel das mulheres nessa posição não é visível. Assim, o Projeto Semente Café Sustentável visa apoiar um grupo de mulheres cafeeiras de Minas Gerais. O intuito é incrementar estruturas, realizar capacitação e gerar certificação de produção sustentável.

Artesanias

Este projeto apoia artesãs do Ceará na organização da produção. Isso envolve participação em consultorias com designers, Assistência Técnica e ensino de práticas sustentáveis. A finalidade é que elas criem seus Planos de Negócios e conquistem novos mercados internacionalmente. 

Com isso, o que se espera é que conquistem crédito, autonomia financeira e desenvolvam a economia regional.

Amazônia

A grande quantidade de incêndios que têm ocorrido na floresta amazônica motivou a criação deste projeto. A Green Cross Brasil e sua rede de parceiros tem ajudado a minimizar os efeitos da tragédia. Assim, a entidade vai enviar doações para onde são mais necessárias e participar de ações focadas em proteger a região. A Moeda apoia a ação emergencial implementando a transparência do Blockchain ao sistema de doações. Ou seja, tudo o que for usado e transferido será rastreável.

Central do Cerrado: produtos eco-sociais

Este projeto incentiva a produção de alimentos com ingredientes nativos do Cerrado. Além disso, une diferentes vivências ao rever receitas tradicionais transmitidas de geração em geração. Isso cria desenvolvimento socioeconômico de comunidades locais com o uso sustentável de recursos naturais.

Cooperfamiliar: leite e derivados

As fazendas familiares do oeste de Santa Catarina se uniram para garantir a renda das comunidades locais. Na luta contra a expansão de gigantes do setor, as mulheres trabalham para aumentar vendas e a Moeda ajuda a superar barreiras financeiras e burocráticas.

Copajas: minimamente processados

Jaraguá do Sul tem forte cultivo de banana, pouco rentável e agressivo ao ambiente. A Copajas busca alternativas e traz a valorização da mulher por meio dos Minimamente Processados. A Moeda ajuda a trazer diversidade de culturas e garantir autonomia aos cooperados.

Conclusão sobre a Moeda Seeds

Como vimos, a Moeda Seeds faz uso da tecnologia Blockchain para viabilizar projetos de impacto social. Com isso, procura utilizar investimento internacional para desenvolvimento regional de comunidades vulneráveis. Assim, a iniciativa injeta recursos diretamente em cooperativas.

Para saber mais sobre a Moeda Seeds e suas iniciativas visite o site da empresa, a página no Medium com textos que permitem acompanhar o desenvolvimento dos projetos, o perfil da Moeda no Twitter e no Instagram e baixe o app Moeda Seeds.

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